terça-feira, 3 de julho de 2012

Os investimentos em energia eólica e o Ceará


Os investidores se queixam de que a produção de energia eólica no Ceará não alcança todo o seu potencial devido à falta de infraestrutura, a problemas de logística e a uma legislação ambiental pouco “harmônica”, eufemismo para criticar as exigências ambientais para a implantação de tais empreendimentos no Ceará.

Hoje, o Ceará é o maior produtor de energia eólica do Brasil, com 518,9 megawatts (MW), tendo, potencialmente, a capacidade de gerar 35 mil MW. Para dimensionar essa possibilidade, compare-se com a capacidade instalada da Usina de Itaipu, com 14 mil MW – fornecendo 17% da energia consumida no Brasil e 73% do consumo do Paraguai.

Apesar de renováveis, ocorre um erro muito comum em considerá-las “energias limpas”, algo equivocado, pois toda a atividade humana causa algum tipo de impacto ao meio ambiente. No caso da eólica, as estruturas necessárias para a captação dos ventos, a emissão de ruídos, a possibilidade de colisão de aves migratórias, os impactos visuais e a interferência eletromagnética conturbam o seu entorno.

É fato que esses problemas vêm se tornando cada vez menores devido ao avanço da tecnologia e a precauções quanto ao uso do equipamento. A mais, é obrigação reconhecer que os impactos ambientais causados pelas energias renováveis – eólica incluída – são incomparavelmente menores do que os danos causados pelos combustíveis fósseis. Por isso, é legítimo e necessário – do ponto de vista ambiental e econômico – incentivar o investimento nesse tipo de energia. Isso, no entanto, não pode servir de desculpa para justificar todo tipo de medida, como a instalação de usinas em qualquer terreno ou o desrespeito a comunidades tradicionais, apelando-se unicamente a argumentos mercantis.

Em casos assim, não é demais pedir bom senso a todos os lados envolvidos no assunto, de modo que as energias renováveis tenham a imagem positiva que merecem.
[Fonte: Jornal OPOVO online  01/07/2012]

2 comentários:

  1. Greenpeace comemora aprovação de regras para microgeração de energia


    A organização não-governamental Greenpeace, que defende o crescimento da geração limpa, está satisfeita com aprovação da Resolução Normativa 482/12 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que permite aos consumidores instalarem equipamentos para geração distribuída de pequeno porte.

    “É um fundamental que o governo crie um ambiente propício de incentivo”, analisa o coordenador local da campanha de clima e energia da ONG, Pedro Torres. O ambientalista ressalta que, apesar do passo dado, ainda existe um longo caminho a percorrer nesse sentido. “Precisamos regulamentar ainda a lei para as redes elétricas inteligentes”. Segundo ele, as smart grids possibilitariam um melhor monitoramento do que é produzido e consumido pelas residências.

    Para Torres, a popularização da microgeração também depende do fomento financeiro para que as pessoas ou empresas comprem os módulos fotovoltaicos. “Queremos carnês, como os das Casa Bahia, para a venda de painéis”, sugere. Ele também destaca o potencial do segmento para a indústria nacional. “As placas vêm da Europa e da China. Sendo fabricadas aqui, elas serão mais acessíveis, além de contribuir com o fortalecimento da economia”.

    O Greenpeace defende que o País pode ficar independente dos combustíveis fósseis até 2050, com a manutenção do parque atual de hidrelétricas e investimentos para o desenvolvimento da matriz somente em fontes eólica, biomassa e solar. “Temos uma Belo Monte perdida nos canaviais para ser explorada”, afirma o ativista.

    Na matriz projetada pelo Greenpeace, o potencial das renováveis saltaria dos atuais 88% para 93%, levando em conta um cenário econômico otimista, com a geração hidrelétrica correspondendo a 45,65% da capacidade instalada. A fonte seria seguida pela eólica, com participação de 20,38%, e pela biomassa, com 16,6%. A geração solar representaria 9,26%. Os dados são de um estudo denominado “Revolução Energética”, desenvolvido em parceria com a Universidade de São Paulo (USP).

    “O sistema ideal considera, sim, o desenvolvimento da economia brasileira”, reforça o coordenador, que diz que o País não seria prejudicado pela escolha da matriz sustentável. “Ganham as distribuidoras com a eficiência, o consumidor no bolso, a indústria nacional e o governo, que não precisará fazer investimentos gigantescos”, defende Torres.

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  2. Segundo uma reportagem da Globo, o Ceará produz mais de 40% da energia eólica do Brasil, e tem também o maior potencial pra ser explorado no futuro algo em torno de 60GW, ou 4 vezes a capacidade de Itaipu.
    Ainda surge algumas reclamações da população que vive em torno dos parques eólicos, mas com o avanço da tecnologia, esses problemas estão sendo resolvidos.

    FONTE: http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-nacional/v/ceara-produz-mais-de-40-da-energia-eolica-do-brasil/1985981/

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